OS ROMANOS E AS TERMAS
Os romanos defendiam que o corpo devia ser exposto a diversos tipos de temperaturas, acabando por desenhar e construir estruturas termais com diversos compartimentos independentes, mas contíguos. As Termas do Mileu seguem esta filosofia. A distribuição espacial, o desenho arquitetónico, a sequência dos compartimentos, as tecnologias utilizadas revelam um sistema construtivo muito racional, cuidado e mesmo monumental. Utilizavam-se também materiais de construção mais luxuosos, como revestimentos a mármore, estuques, mosaicos e pinturas, criando diversos ambientes de calor e frio, luz e penumbra, e deslumbrando os seus utilizadores.
O banho correspondia a um ritual importante nas sociedades de época romana, e estava associado não apenas à saúde, higiene e bem-estar, como a questões de
socialização e negócios. As salas tinham funções específicas e o ritual era repetido diariamente. Ao entrar no edifício das termas, o banhista ungia o corpo com óleos e fazia exercícios. A sequência da utilização das salas de banhos não era uma regra, mas geralmente começariam pelo tepidarium, uma sala de temperaturas tépidas, para o relaxamento e adaptação. Prosseguiam para a sala aquecida e com vapores, o caldarium, onde tomava banho numa banheira de água quente e, por fim, tomariam um banho de água fria na piscina do frigidarium, de efeito revigorante.