HIPOCAUSTUM

Home / HIPOCAUSTUM

As termas romanas possuíam 2 pisos distintos. O superior, onde circulavam os utilizadores das termas, e o inferior, que não era acessível, denomidado hipocaustum, uma estrutura criada numa quota inferior, de apoio ao piso superior, permitindo o aquecimento das salas e das águas, através das fornalhas a lenha, e cujo calor se espalhava pela estrutura, que servia de estufa. As três salas escavadas entre 1951-1952 corresponderiam ao que mais tarde se identificou como o hipocaustum.

O hipocaustum das termas do Mileu, localizado a poente, possuiria uma área total aproximada de 120m2. Para o construir foi preciso escavar o afloramento rochoso a cerca de dois metros de profundidade. No pavimento foram aplicadas camadas de saibro e pedras pequenas, e por fim, o opus signinum, uma argamassa feita de fragmentos, com areia, cal e argila, um bom isolamento para os pavimentos termais e zonas húmidas.

Seguidamente, foram assentes pilares que suportavam o piso superior. Uma sequência de arcos permitia a passagem de ar quente, potenciando o aquecimento das salas que se encontravam no nível superior. No compartimento central haveria oito pilares que terminavam em arco, formando quatro ordens de arcos. Os pilares foram identificados e registados em desenho, mas não há atualmente vestígio dos mesmos. No compartimento Norte, de planta circular, a tipologia da sala terá tido duas ordens de arcos assentes sobre sete pilares de cada lado, usando tijolos de diferentes dimensões. O desenho e os contornos do hipocaustum do Mileu são idênticos ao conjunto de três salas no piso superior, acessível aos utentes.

Só o recurso a lenha permitia, na época, usufruir do sistema de salas e banhos aquecidos, através de fornalhas. Os muros perpendiculares ao edifício termal, que avançam para o interior do compartimento, tanto na área Sudeste como na área Sul, indiciam a existência de duas fornalhas. Desses muros arrancaria uma abóbada de canhão.